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Novembro Negro no Campus Santa Luzia
O Neabi (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas) do IFPB Campus Santa Luzia realizou uma série de eventos em novembro, para comemorar o mês da Consciência Negra. Atividades com participação de estudantes e servidores promoveram uma imersão e valorização da cultura afro, bem como o resgate histórico da luta e resistência do povo negro.
Os momentos foram promovidos pelos coordenadores de dois projetos de extensão do Campus, Joselito Lucena e Tatiele Souza, e envolveram representantes de coletivos culturais da região e o fortalecimento da comunidade local, a exemplo da associação das Louceiras Negras do Quilombo do Talhado Urbano de Santa Luzia-PB e imersão no terreiro Ilê Asé Yá Omin (Casa de Força Mãe das Águas).
O ápice das atividades foi a I Mostra Afro-Brasileira coordenada pelo professor de história Dr. Joselito Eulâmpio, realizada entre os dias 20 e 23. Com diversas atividades que envolveram a comunidade negra de Santa Luzia e região, a exemplo da presença dos integrantes da tradicional Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos que há 153 promovem a Festa do Rosário na cidade; a Associação das Louceiras Negras do Quilombo Urbano do Talhado, a participação do Babalorixá Elton de Tobossi e de integrantes da Comunidade Quilombola da Pitombeira, da cidade de Várzea.
A I Mostra Afro-Brasileira foi um espaço de aprendizado para os estudantes e servidores, com palestras, mesas redondas, apresentações culturais e oficinas: de dança, penteados, tranças e turbantes, pintura corporal africana, capoeira, jogo de búzios e produção em barro. Teve também intercâmbio cultural com a Exposição de maquetes temáticas Afro centradas das crianças da Escola Carrossel.
Para o professor Joselito, “a mostra engrandece nosso Campus por estar oportunizando que coletivos antirracistas ganhem visibilidade e usem este espaço discursivo para quebrar paradigmas e superar preconceitos, além de promover empoderamento sociocultural. Para a Comunidade do Campus Santa Luzia é uma oportunidade de aprendizagem e socialização para além dos muros escolares e de memorizar nossa ancestralidade, num mergulho à formação étnica de nossa região. Embora o Campus já tenha realizado outras edições que tratam da temática "Consciência Negra" esta é a primeira vez que optamos por uma mostra de cultura afro-brasileira local, uma vez que contamos com um grande potencial nessa área”, acrescentou.
Para a estudante Vitória Ketillyn, os quatro dias de evento foram de muito aprendizado e resgate histórico que lhe proporcionaram uma imersão em diversas culturas e permitindo o aprendizado sobre as tradições e histórias que as acompanham. “Durante esse período, me dediquei profundamente a refletir sobre a história, a cultura e as contribuições da população negra para a sociedade atual. Comemorar essa data foi, essencial para reconhecer e valorizar a resistência e a resiliência do povo afro ao longo dos séculos. Por meio das atividades e eventos realizados, tive a oportunidade de aprofundar ainda mais meu entendimento sobre essa data tão significativa, repleta de riquezas culturais. Isso possibilitou a chance de mostrar, aprender e compreender a diversidade, a identidade e o orgulho da comunidade negra”, disse.