Um projeto de iniciação científica desenvolvido no curso de Medicina Veterinária identificou a ocorrência de uma doença que pode afetar a produção de leite de vaca na região de Sousa (PB). Trata-se da hipocalcemia subclínica, que costuma afetar os animais antes e depois do parto. Por causa da queda no consumo alimentar, as vacas tendem a ter menos cálcio circulando no organismo. As consequências disso são a diminuição na produção de leite e da fertilidade, entre outras.

De acordo com os resultados da pesquisa, a hipocalcemia já atinge entre 37% e 41% do rebanho leiteiro na região. Para alertar os produtores, o grupo que coordenou o estudo apresentou uma palestra na última segunda-feira (02) no auditório de uma empresa de laticínios. O público-alvo foram técnicos da indústria e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER e da secretaria da Agricultura de Sousa. "É uma doença que ocorre no período de transição, antes do parto e após o parto, naqueles animais que não recebem suplementação mineral de forma adequada, não atendendo a suas necessidades", explicou Gilderlândio Pinheiro, estudante que participou da execução da pesquisa ao lado dos colegas Bismark Alves, Beatriz Dantas e Jéssica Monique dos Santos.

O orientador do grupo, o professor Daniel Cézar da Silva, chama a doença de "silenciosa", porque a maioria dos produtores não consegue diagnosticá-la pela ausência de sintomas claros. "Além de servir à população a partir do uso do instrumento da pesquisa para solucionar problemas relativos à produção de bovinos leiteiros na região, a iniciativa também aproxima os discentes do curso de Medicina Veterinária com as comunidades", destacou.

Segundo os especialistas, a hipocalcemia pode ser porta de entrada para outras doenças nas vacas leiteiras. Por isso, é importante que os produtores monitorem o rebanho constantemente. "A palestra despertou o interesse entre os participantes, que se comprometerem a reforçar parcerias no sentido de ampliar o alcance do projeto para outros produtores de leite da região", avaliou Daniel.

Clébio Melo - jornalista do IFPB/Sousa