"Vocês sabem a diferença entre lixo e resíduos sólidos?". A pergunta feita por uma estudante do IFPB a pessoas que estavam numa praça pública da cidade de Sousa (PB) não foi por acaso. Isabela Soares, aluna do curso de Educação Física, estava interpretando uma personagem de uma peça de teatro e tinha como intenção conscientizar os moradores sobre nossa relação com o que descartamos todos os dias nas lixeiras. A jovem era uma de dezoito integrantes do projeto de extensão "Era lixo uma vez...", composto por servidores e alunos de diversos cursos do Campus Sousa e de um parceiro social.

A peça, interpretada também em outras ocasiões e espaços, foi o ponto alto das atividades desenvolvidas no projeto idealizado pelo diretor de teatro Getúlio Salviano Lins e pelos professores José Guimarães e Leonardo Kaminsky (IFPB). O tema da obra foi escolhido com facilidade, retirado do currículo de um dos cursos do Campus Sousa. "Isso poderia ter sido uma atividade de sala de aula, didático-pedagógica e avaliativa, e a gente viu uma possibilidade disso ir além e se tornar uma peça de teatro", contou Guimarães, que também coordena o curso técnico de Meio Ambiente.

Para a construção do enredo, os estudantes fizeram pesquisas, participaram de oficina de teatro e confeccionaram os próprios figurinos e fantoches com os materiais que coletaram. "Eles também tiveram a oportunidade de ouvir as histórias de vida de duas mulheres catadoras de resíduos, que fazem desta atividade a única para manutenção de suas famílias", lembrou Getúlio. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, revelaram que cerca de 400 mil pessoas no Brasil informaram que a coleta de materiais recicláveis é a principal atividade remunerada que possuem.

Mas a ação do grupo foi além. As roupas feitas com resíduos sólidos foram usadas num ensaio fotográfico que virou exposição na unidade São Gonçalo do Campus Sousa. E um resumo de tudo o que foi realizado no projeto virou mini documentário, disponibilizado na internet. "O objetivo principal foi conscientizar a sociedade de que o lixo do dia a dia poderia ser reutilizado, transformado em objetos de decoração e outros. Colaboramos para um meio ambiente preservado", comentou o estudante Jorge Luís Garcia.

E sabe a resposta para a pergunta da Isabela no início deste texto? O que é lixo não tem mais utilidade; resíduo, sim.

• Assista ao mini documentário "Era lixo uma vez...".

Assessoria de Comunicação do IFPB/Sousa