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Campus Sousa certifica alunas do Programa Mulheres Mil

Edição atual do programa ofertou curso de Salgadeira a mulheres ciganas
por Amanda Tavares de Melo publicado: 20/06/2024 12h20 última modificação: 20/06/2024 12h44

O Campus Sousa do IFPB realizou, nesta quarta-feira (19), a cerimônia de certificação de 31 alunas que concluíram o curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) em Salgadeira. O evento, que aconteceu no auditório da Unidade Sede, contou com a presença das Pró-Reitorias de Ensino e de Extensão e Cultura e da Diretoria de Articulação Pedagógica do IFPB, da gestão do Campus Sousa, da coordenação local do Mulheres Mil e de representantes de entidades locais como o Sebrae, a Secretaria de Educação de Sousa, a Escola Irmã Iraídes e o Sindicato dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica da Paraíba (Sintef-PB).

O curso FIC de Salgadeira faz parte do Programa Mulheres Mil, uma iniciativa do Ministério da Educação em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (ProExc-IFPB) e com a coordenação local do programa no Campus Sousa. O programa tem como objetivo fomentar a inclusão social e produtiva de mulheres em vulnerabilidade social, por meio de um conjunto de ações e políticas públicas que unem a educação ao mundo do trabalho, ampliando o acesso a oportunidades de trabalho e emprego e promovendo a melhoria da renda e das condições de vida das beneficiárias e de suas famílias.

No Campus Sousa, o curso ofertado foi o de Salgadeira, que teve carga horária de 160h e tem relação direta com os arranjos produtivos locais nas áreas de produção e comercialização de alimentos, segmento em que o município de Sousa é considerado referência regional. Além de ser focada no mercado da região, esta edição do curso foi direcionada a mulheres que fazem parte da comunidade cigana da cidade, que possui o maior contingente de ciganos da América Latina.

A Pró-reitora de Extensão e Cultura do IFPB, Maria José Batista Bezerra de Melo, marcou presença na solenidade de certificação do curso e enfatizou a importância de iniciativas como esta para a construção de uma sociedade mais justa e com equidade de gênero. “Tenho visto o quanto essa ação desperta processos de transformação que vão além da formação das mulheres envolvidas porque nós também conseguimos entender o quão importante é a nossa missão no desenvolvimento e fortalecimento das políticas públicas nos territórios em que estamos inseridos. A experiência do campus Sousa, trazendo as ciganas, mostra que estamos no caminho certo. Parabéns a todas as pessoas envolvidas”, declarou.

Também presente na cerimônia, a coordenadora do programa no campus, Joselma Carneiro, ressaltou o impacto positivo do curso na vida das alunas. “Tive a honra de trabalhar com a comunidade cigana nesses quase três meses de intenso trabalho, no qual as mulheres ciganas puderam aprender questões de cidadania e gênero, direitos humanos, noções de biossegurança e saúde da mulher, higiene e manipulação de alimentos, inclusão digital e muitos outros, além da parte prática de salgados. Estes conhecimentos trarão para elas a oportunidade de empreender ou adentrar no mercado de trabalho formal, o que representa um crescimento pessoal e profissional. Sinto-me realizada de poder participar da certificação destas mulheres e ver o olhar de realização e agradecimento delas por esta oportunidade”, afirmou Joselma.

Algumas das alunas do curso também destacaram a importância da formação para o seu desenvolvimento educacional e pessoal. Francisca da Piedade, uma das concluintes da turma, agradeceu à equipe do IFPB pela oportunidade e pelo apoio prestado durante todas as etapas do curso. Já a cigana Lena ressaltou o papel transformador do curso no enfrentamento ao preconceito historicamente direcionado à comunidade cigana.

“Nós tivemos acesso a conteúdos que nunca tínhamos tido. Tivemos aulas de professores capacitados e sobre temas que nunca imaginamos que poderíamos aprender. Eu não tenho palavras para agradecer por isso. E faço também um apelo por mais emprego e mais oportunidades para as mulheres ciganas. Nós precisamos de trabalho para enfrentar o preconceito, que ainda não acabou totalmente. Esse curso veio justamente para nos mostrar que somos capazes e estamos preparadas para buscar novas oportunidades no mercado de trabalho”, afirmou Lena.

A experiência com o curso de Salgadeira foi tão exitosa que a coordenadora Joselma Carneiro já vislumbra a sua continuidade do programa. “Com o sucesso desta primeira turma, espero que muitas outras possam ser ofertadas para que outras mulheres de nossa cidade que necessitam de uma política de inclusão social que venha a dar oportunidade para que elas possam aperfeiçoar ou mudar as suas vidas através da educação”, finalizou.