O Campus Sousa do IFPB está organizando uma palestra técnica sobre o Sistema de Produção da Bananicultura e os desafios fitossanitários relacionados à Sigatoka-Negra, uma das mais graves doenças fúngicas que afetam a produtividade das bananeiras. Intitulado “A doença da Sigatoka-Negra na bananeira no estado da Paraíba”, o evento será gratuito e acontecerá no dia 17 de dezembro, das 7h40 às 11h30, no bloco de Agroecologia da Unidade São Gonçalo. A palestra contará com a participação de especialistas na área e será voltado à comunidade acadêmica do campus, especialmente aos estudantes e docentes dos cursos ligados às ciências agrárias, além de agricultores, bananicultores e comerciantes da região do semiárido paraibano.

O Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de produtores de banana, ficando atrás apenas da Índia, China e Indonésia, segundo o portal do Sebrae. A relevância do país no mercado global de produção da fruta reforça a importância de eventos como este, que buscam disseminar conhecimentos técnicos sobre a produção sustentável e o combate a doenças que acometem a fruta, em especial à Sigatoka-Negra, que foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1998, nos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant (AM). Hoje, pouco mais de 20 anos depois, a Sigatoka-Negra já se espalhou por todas as regiões do país, trazendo prejuízos significativos aos produtores.

A Paraíba está incluída entre os estados com ocorrência da Sigatoka-Negra, causada pelo fungo Pseudocercospora fijiensis Morelet ou Mycosphaerella fijiensis Morelet. No contexto da produção de bananas no semiárido paraibano, os desafios incluem a necessidade de alertar os bananicultores sobre os riscos fitossanitários, a aplicação das técnicas de manejo sustentável e as implicações na comercialização de bananas contaminadas, especialmente para áreas livres da praga, como o estado do Ceará.

Conforme determina a legislação vigente, a comercialização de bananas paraibanas para outros estados só é permitida mediante o cumprimento do Sistema de Mitigação de Risco (SMR) para a doença. Este sistema consiste em um conjunto de medidas fitossanitárias que visam minimizar os riscos de disseminação da doença e garantir a viabilidade econômica da produção e comercialização.

Preocupado com o avanço da Sigatoka-Negra no estado, o Campus Sousa está buscando transferir tecnologias de produção e convivência com a doença. Esses e outros aspectos serão discutidos durante a palestra técnica, que abordará assuntos como os riscos da propagação da doença em áreas livres, a legislação aplicável, as sanções por descumprimento das normas e as boas práticas para a comercialização de bananas.

A iniciativa é uma oportunidade crucial para agricultores, comerciantes de banana produtores rurais adotarem estratégias eficazes no manejo da Sigatoka-Negra, garantindo sustentabilidade e competitividade no mercado. O evento também é uma forma de aproximar a universidade da comunidade local, promovendo o desenvolvimento socioeconômico por meio da ciência, pesquisa e extensão. Além do Campus Sousa, também participa da organização e da programação da palestra a Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer).

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