A Química Verde, ramo dedicado ao estudo das articulações entre química, meio ambiente e sustentabilidade, tem se revelado uma área cada vez profícua para a pesquisa científica realizada no IFPB. Apenas no segundo semestre de 2024, pesquisadores do IFPB que atuam na área tiveram trabalhos publicados em uma revista científica internacional e em um periódico brasileiro de referência no ensino da Química e também conseguiram aprovar sete trabalhos no XXII Encontro Nacional de Ensino de Química (ENEQ), ocorrido entre os dias 09 e 12 de setembro, em Belém (PA).

Um dos pesquisadores responsáveis pela consolidação dos estudos em Química Verde no IFPB é o Professor Doutor Carlos Alberto da Silva Júnior, do Departamento de Química do Campus Sousa. Em parceria com três outros pesquisadores, o docente publicou, no último mês de setembro, o artigo “Green chemistry for all: three principles of Inclusive Green and Sustainable Chemistry Education” na Pure and Applied Chemistry, revista científica oficial da União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC). O paper abordou os três princípios da Educação Inclusiva em Química Verde e Sustentável, defendendo a premissa de que o processo de ensino-aprendizagem da disciplina deve ser estendido a todos os estudantes a partir da adoção de estratégias pedagógicas que incentivem a diversidade e incluam alunos com necessidades especiais.

O professor Carlos Alberto explicou que um dos pontos discutidos pelo artigo é a aplicação da Metáfora da Bipirâmide Triangular (MBT) “como modelo didático para ampliar a divulgação da Química Verde para todos, incluindo alunos com deficiências, como surdos e cegos. O nosso objetivo com esse modelo é garantir que todos, independentemente das suas habilidades, tenham a chance de aprender e prosperar, alinhando-se ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 4 da Organização das Nações Unidas, que prevê educação de qualidade e oportunidades de aprendizagem ao longo da vida”, destacou o docente.

No último mês de novembro, o professor Carlos Alberto publicou, em coautoria com outros pesquisadores, dentre eles um estudante do curso de Licenciatura em Química do Campus Sousa, o artigo "Rota Verde: Um jogo educativo potencialmente inclusivo para o Ensino de Química Verde para surdos" na revista Química Nova na Escola (QNEsc). O trabalho discute a adoção de ferramentas didáticas que aproximem o estudo da química e das questões socioambientais do cotidiano dos estudantes, potencializando o aprendizado e a aplicação prática dos conteúdos.

Outra iniciativa relevante para fortalecer a divulgação científica da Química Verde e de temas correlatos foi a criação do Grupo de Pesquisa e Inovação em Química Verde (Green Maker Lab). O grupo, liderado pelo professor Carlos Alberto da Silva Júnior, é fruto de uma parceria entre pesquisadores do Campus Sousa e de outros campi do IFPB, como João Pessoa e Cajazeiras.

O Green Maker Lab tem o objetivo de aproximar o público amplo da produção científica na área de Química Verde, Educação Inclusiva e práticas sustentáveis. Uma das estratégias adotadas pelo grupo de pesquisa é o uso de plataformas digitais de comunicação como o Youtube e o Instagram para levar informações científicas para a comunidade em uma linguagem acessível e de fácil compreensão para todos os públicos.