O Campus Sousa recebeu, nesta quinta-feira (10), a equipe da reitoria do IFPB para dialogar sobre demandas institucionais da unidade. Além das gestões do IFPB e do campus, a primeira reunião contou com a participação da coordenação e de estudantes do curso de Bacharelado em Medicina Veterinária, que reivindicaram a contratação urgente de docentes e técnicos-administrativos para atuarem no curso e outras melhorias fundamentais para o processo de ensino-aprendizagem. No segundo momento, a gestão local e a reitoria discutiram ações para a reestruturação do campus e para o desenvolvimento da unidade no longo prazo.

A reivindicação por uma reunião especificamente dedicada às demandas da Medicina Veterinária partiu de uma iniciativa de estudantes do curso, que se mobilizaram para buscar um diálogo mais direto com as lideranças do IFPB. Os discentes organizaram as pautas a serem discutidas juntamente com a coordenação do curso e as apresentaram aos gestores, solicitando a adoção célere de providências para os pleitos expostos, em especial a contratação de professores para conduzir as atividades de ensino, pesquisa e extensão do curso.

A comitiva da reitoria, formada pela Reitora Mary Roberta Marinho, pelo Pró-Reitor de Ensino Neilor César, pela Pró-Reitora de Administração e Finanças Cleidenedia Oliveira, pela Diretora de Articulação Pedagógica Lucrécia Petrucci, e pelo assessor especial da reitoria Adriano Melo, ouviu atentamente a exposição dos representantes da Medicina Veterinária e também o ponto de vista da administração do Campus Sousa, composta pelo Diretor-Geral Chico Nogueira, pela Diretora de Ensino Rackynelly Soares e pela coordenadora do curso de Medicina Veterinária Thaís Feitosa, que explicou aos presentes a atual situação do curso.

“Ao longo de anos, o curso de Medicina Veterinária vem perdendo professores sem a necessária reposição dos quadros. Em 2015, nós tínhamos 15 docentes no departamento e agora estamos com 11, o que se revela ainda mais preocupante se levarmos em consideração que, nesse intervalo, abrimos uma Especialização Lato Sensu que aumentou ainda mais a demanda por professores da nossa área. Então, ao invés de termos um incremento de pessoal, nós perdemos 30% do nosso contigente, fator que vem causando diversos prejuízos aos nossos alunos, sobretudo porque esse déficit de força de trabalho se concentra principalmente nas disciplinas de cunho profissionalizante, que são aquelas em que os alunos se debruçam sobre a prática da Medicina Veterinária”, afirmou a docente.

A Reitora Mary Roberta reconheceu os desafios apresentados e falou sobre as ações que vêm sendo realizadas e as possíveis respostas conjuntas que podem ser adotadas para solucionar a questão. Para ela, iniciativas desse tipo fortalecem o diálogo democrático entre as gestões central, local e os membros do campus.  “A reunião de hoje foi muito produtiva porque pudemos escutar os estudantes, a coordenadora do curso, a diretora de ensino e o diretor-geral do campus para entender melhor as demandas e atualizar as necessidades do curso de Medicina Veterinária. Na conversa, explicamos aos estudantes as ações que estamos realizando para solucionar essas questões e sentimos neles uma necessidade de serem ouvidos e de conhecerem as providências que já vêm sendo tomadas pela reitoria. Daqui para a frente, assumimos o compromisso de aprofundar esse diálogo e permitir que eles acompanhem esse processo junto conosco e se juntem a nós na luta por mais profissionais para desenvolver as atividades essenciais para o curso”, afirmou a gestora.

O Diretor-geral do Campus Sousa, professor Chico Nogueira, exaltou a construção de um espaço de abertura e troca com todos os segmentos da comunidade acadêmica e parabenizou o protagonismo dos estudantes do campus na busca por soluções para as suas demandas. “O campus anseia pela presença da reitoria para discutir as questões importantes para os diversos setores da nossa instituição. Considerando que essa conversa entre campus e reitoria começou a partir de uma reivindicação dos estudantes, atender essa reivindicação dos alunos é um movimento que sinaliza respeito à classe estudantil, haja vista que os estudantes estão se organizando para pleitear aquilo que lhes é de direito, que lhes é fundamental para ter uma boa formação. Quando a reitoria vem, junto com a direção, fazer essa escuta e tentar construir juntos soluções para a situação, temos um movimento no mínimo atento e respeitoso com aqueles que nós acolhemos e a quem devemos servir, que são os nossos alunos. Como a nossa missão é sempre servir melhor, esse movimento da reitoria nos indica que estamos no caminho de servir bem àqueles que nos procuram. Não temos saídas prontas a todo momento, uma vez que as soluções não estão fechadas, mas saímos do encontro de hoje com um plano de trabalho e com compromissos assumidos com a Medicina Veterinária, o que é muito positivo”, declarou o professor.

Os estudantes da Veterinária também comentaram o encontro e destacaram os encaminhamentos definidos durante a reunião. Dentre as medidas a serem tomadas estão a contratação célere de novos professores substitutos e o compromisso da reitoria com a obtenção de novos códigos de vaga para a contratação de professores efetivos para o curso.

Para Thalyta Gomes, aluna do 5º período de Medicina Veterinária, a atuação do movimento estudantil foi determinante para levar as pautas do curso ao conhecimento da gestão do IFPB e reivindicar o atendimento das demandas discentes. “Nós, estudantes, junto com nossos professores, vestimos a camisa do IFPB Campus Sousa e iremos persistir para que o ensino público não fique estagnado e se torne cada vez melhor. Estamos reivindicando o que nos é de direito. Deixamos claro que o IFPB agora terá uma presença maior do movimento estudantil e que essa reunião será a primeira de muitas outras que virão”, garantiu a discente.

Após a reunião com os representantes do Departamento de Medicina Veterinária, a gestão do Campus Sousa e a equipe da reitoria tiveram mais uma conversa para deliberar sobre temas como orçamento, novos investimentos e demandas pedagógicas da instituição. De acordo com o assessor especial da reitoria, Adriano Melo, “uma das matérias discutidas foi a possibilidade de conseguirmos um reforço orçamentário para o Campus Sousa por meio de emendas parlamentares que possam custear a melhoria das estruturas do campus. Além disso, a reitoria firmou um compromisso com a gestão local de dialogar diretamente com o governo para pleitear a ampliação dos quadros de profissionais na Medicina Veterinária e em outras áreas deficitárias. Outro ponto de pauta foi a formatação de um plano de reestruturação para o Campus Sousa, que será construído em parceria entre a reitoria e a gestão local e será apresentado provavelmente na comemoração do aniversário de 70 anos do campus, que acontece em agosto”, sintetizou o assessor.

A discussão sobre o plano de recuperação do campus também foi destacada pelo Diretor Chico Nogueira, que reafirmou a importância da pauta para a comunidade local. “No segundo momento que tivemos com a reitoria nesta quinta-feira, a gestão reconheceu que o Campus Sousa mergulha em uma crise histórica e que nós temos a necessidade de construir um plano de recuperação da nossa unidade. Sabemos que essa construção não acontece da noite para o dia e que depende de esforços tanto da gestão do campus, como já vem sendo feito, quanto da reitoria no sentido de elaborar o plano, captar recursos e recuperar o nosso campus porque ele merece. Uma instituição com tanta história e tamanha importância para região merece que nós entreguemos para os estudantes um espaço muito mais forte e uma educação muito mais potente e transformadora”, concluiu o gestor do campus.